Sempre gostei de nuvens. Tenho o hábito de olhar o céu, mirar aqueles espaços etéreos, brancos, flocos . É impressionante como Brasília guarda um céu todo especial, um céu incansável, um céu uau.

É deste céu que eu falo, um céu uau. Foto: Daniela A. Rabelo

Fiquei pensando nisso hoje, nesta paixão misturada com quarentena, em um resgate necessário para sobrevivermos a dias tão sem nuvens. Um céu descoberto e sem vida estes tempos de Covid-19.

A perspectiva de nuvem (e sem nuvens, metaforicamente falando) e de trazer um pouco de pausa, me fez pensar nos próprios espaços internos que ocupamos, seja um olhar-nuvem (resgato o hífen por conta própria), ou até de nossos espaços, tão habitados nesta quarentena. Um quarto, um escritório, um espaço de pensar.

Decidi escrever sobre o nosso espaço de organização, de leitura e muito de escrita. Creio que o local que você escolhe para ler/estudar/escrever/trabalhar fala muito da gente.

Então, chegou o momento de mostrar um pouco deste local – o setup. O nosso setup.

Um google por aí e surgiu a definição.
Parece estranho, setup ser espaço ocupado? Mas não é.

O nome está na moda, é em Inglês, e você poderia questionar esses dois motivos. Acho interessante, ele é curto e diz muito o que a gente faz neste espaço. O nome setup virou no nosso léxico diário (daqui do Vamos Ler Mais) espaço em que nos organizamos, mentalmente nos elaboramos e reelaboramos e nos inscrevemos no mundo.

Eu quando faço meu doutorado em Bioética, me espelho e me mostro neste espaço, e espalho minhas palavras online também no Vamos ler mais. Rodrigo da mesma forma: entre ciências opostas, ele se une entre planilhas financeiras e fotografias, vídeos, comunicação. E escrita.

Assumo o minimalismo. Mas ainda cheio de fios.

Eu hoje tirei muitos livros da mesa e assumi mais o minimalismo. O Rodrigo sempre me apresenta uma caneta nova, tinta, papel, agenda, somos encantados com o mundo da leitura e da escrita. Também prezamos conforto dos pés, e adotamos um apoiador para eles, é muito confortável.

Temos um quadro médio que utilizamos para expor ideias, promover insights com brainstormings ou tempestades de ideias. Diversas fotos são espalhadas nas paredes, elas nos inspiram e nos fazer ir às nuvens.

Sentamos um de costas para o outro, mas sempre estamos nos falando, trocando ideias, mostrando os nossos monitores, combinamos temas, discutimos livros, lendo e escrevendo.

Usamos este espaço como local de produção. Decidimos deixar o quarto de dormir para efetivamente dormir e aqui é nosso local mais mental da casa. É nesse aconchego, acolhimento e reflexão que palavras são lidas e postas. Nosso espaço-nuvem, gesto de encontro e acolhimento. Por isso aqui o lema é este: espalhamos palavras e elas tomam todo o ambiente. E todos os ambientes ao redor. E lá é onde guardamos nossas nuvens.

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