O livro de Ailton Krenak é incrível. É uma lufada de ar cheia de natureza. Ele fala de uma amanhã que poderia ser até hoje. E reflete inclusive sobre o vírus que acomete o planeta: a Covid-19.

Antes de falar sobre as ideias principais do livro, quero reforçar que ele é um dos livros gratuitos da Amazon. Fizemos um post especial sobre isso, acesse aqui. Livro e de graça? Queremos!

E esse vale muito à pena (leia O Amanhã não está à venda aqui).

Ele tem apenas um capítulo (do mesmo nome do título) e depois: Sobre o autor e Créditos.

Destaco aqui algumas ideias:

  • O significado de ser índio e em sua linguagem simples, sua complexidade e o bem-viver.
  • Dentro deste contexto de ser índio, descobrimos o que é isolamento para um índio – plantar milho, por exemplo.
  • A necessidade de parar. E o mundo parar por conta do vírus.
  • Da Terra não estar suportando a nossa demanda.
  • Convida a reflexão do que é ser humano e as desigualdades vividas.
  • O modo artificial do ser humano pensando hoje.
  • E a necessidade de repensar a pluralidade das formas de vida, de existência e de hábitos.

São ideias que nos fazem sentir a vida. Um convite à reflexão diária dos nossos cotidianos.

 

LUZ VERMELHA

“Parei de andar mundo afora, cancelei compromissos.”

Ailton Krenak

Nós também paramos, mas de forma diferente. Fomos forçados a parar porque de maneira expontânea, não faríamos isso. Ailton apresenta um exemplo disso. Em uma passagem, depois de afirmar o luto do Rio Doce, diz que os engenheiros estavam tentando recuperar o rio com uso de tecnologia. Krenak propõe outra possibilidade:

“A minha sugestão é muito difícil de colocar em prática. Pois teríamos de parar todas as atividades humanas que incidem sobre o corpo do rio, a cem quilômetros nas margens direita e esquerda, até que ele voltasse a ter vida”.

AILTON KRENAK

Frente à proposta um dele afirma: isso é impossível. Ainda assim, veja só o movimento da vida, o mundo teve que parar por conta do vírus. É muito forte pensar sobre isso porque a todo momento somos chamados a produzir, e não a refletir sobre o nosso próprio movimento de vida.

E trás um pensamento interessante: o vírus não está matando os animais. Só os humanos. Como afirma o autor, os animais humanos com modos artificiais de vida.

E lembra: não somos nós e a Terra, a humanidade e a Terra. Tudo é natureza. Pensemos no significado do vírus frente à própria ação do ser humano na riqueza que o cerca.

É impactante e revigorador ler Ailton Krenak e seu O amanhã não está à venda. Recomendo.

Deixo aqui mais palavras do Ailton Krenak na sua incrível palestra Life, always: Aílton Krenak at TEDxVilaMadá.

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