Várias pitadas de literatura assim é minha visão sobre o livro “O instante certo”. Para fazer isso é preciso identidade e pulso firme e muita bagagem, veja só!
Devo admitir, demorei um longo tempo para poder falar desse livro, o primeiro motivo que considero cada ensaio como um compêndio analítico da fotografia. Li duas vezes, e por aí vai. Lógico, escrito por uma pessoa brilhante que é a jornalista Dorrit Harazim, que participou diretamente da revista Veja, mensal Piauí, revista Zum, dos quais 35 ensaios foram publicados por essa revista, e também foi responsável por documentários incríveis. Em seu currículo constam 11 prêmios. Harazim é uma grande admiradora da fotografia e descreve as lições que aprendeu com ela e através dela: “Devo a Elio Gaspari, ainda na década de 1970, a lição elementar de que uma foto pode e deve ser muito mais que mera ilustração ou enfeite de um texto“.
São 38 ensaios que falam sobre fotografia, os fotógrafos, os fotografados e mais ela tenta desvendar alguns mistérios ao redor da fotografia, como quem é o fotografado, quem é o fotografo? Se você tem curiosidade em saber mais sobre fotografia deve incluir esse livro em sua lista. Uma escrita fluida e repleta de dados importantes e interessantes sobre o universo da imagem.
Entre os fotógrafos você vai encontrar: Kevin Carter, Pete Souza, René Burri, Sebastião Salgado e diversos outros. Gostaria de destacar a frase de Edward Steichen: “A função e missão da fotografia é explicar o homem ao homem e o homem a si mesmo”.
A fotografia é capaz de ter uma carga de informação tanto quanto o peso de um texto, a responsabilidade é muito grande, pensando nisso, já na introdução do livro ela descreve: “A parte mais robusta de O instante certo, contudo, trata do dia a dia de repórteres fotográficos, cujo trabalho persigo de maneira nada aleatória ou acidental. Embora minha profissão consista em fazer narrativas através da palavra escrita, tenho por hábito acompanhar os mesmos fatos através de sua cobertura fotográfica. Até porque, desde os primeiros registros com imagens captadas durante a Guerra Civil Americana, a fotografia afeta o curso da história tanto quanto a palavra escrita“.
As observações e cada detalhe reflete um caminho. A visão de todas essas palavras passam para mim, desculpe a intimidade, (dentro do meu imaginário) um passeio de mãos dadas com Dorrit, por um corredor espetacular da fotografia e cada texto ela aponta e descreve aquelas fotos que estão dependuradas lindamente em suas palavras. Muito mais que um guia!
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