Com 90 dias para sua completa falência Steve Jobs conseguiu tirar do buraco, literalmente, uma empresa já falida. Esse é o marco, na minha opinião mais importante de toda a história da Apple. Devo admitir, entre os cinco livros que li em relação a história dessa empresa e de Steve Jobs, esse foi o que mais me interessei. O foco é ir direto ao ponto, a empresa. A coisa toda não é só no Steve Jobs, e sim em como a gigante domina: computadores, música, cinema e comunicação, seus bastidores e desenrolar de várias transições pelas quais a empresa passou.

O livro é o diário das relações corporativas da Apple, quase um manual para os empreendedores. Sim, porque ele mostra erros e acertos em relação ao que torna uma empresa interessante. A sua forma de gestão, que por mais secreta que ela seja, é possível chegar perto o suficiente para entender a sua filosofia.

A Apple não é somente uma empresa especial, pois toda a sua rotina é decidida de cima para baixo, algo ainda retrógrado comparado as outras empresas do setor de tecnologia atualmente. O autor cita muito isso e compara esse exemplo com a Google, em que para decidir uma cor eles perguntam ao usuário e fazem uma espécie de cálculo matemático com base em bancos de dados que lhe dão uma estatística exata da preferência das cores, no caso da Apple, Steve Jobs diz que: “o usuário não sabe o que quer”, o próprio Jobs indica a cor que a pessoa gostaria que fosse.

Todo esse privilégio, a arquitetura da empresa em relação aos negócios, é algo admirável, até mesmo para o autor. O ponto principal não deixa de ser a excelência em seus produtos. Os materiais, a tecnologia empregada, cada um reflete nas funcionalidades do produto. Verdade, ele deve ser útil, funcionar muito bem acima de tudo. Nada deve ser deixado de lado, cada item, tópico é discutido a exaustão até chegar a um ponto comum, a máxima da perfeição em todos os aspectos. Esse modelo inspira outras empresas a seguirem o mesmo caminho: “um verdadeiro manual de instruções para os empreendedores”.

Um trecho do livro não vou esquecer, dinheiro não é o problema. Perto de um dos eventos de lançamento dos produtos Apple, especificamente nova versão do programa iMovie (software de edição de imagens), Steve Jobs não gostou do material que ia ser usado para demonstrar o produto, um vídeo de casamento. Ele achou a cerimônia na cidade algo enfadonho e chato. Com isso, convocou sua equipe para encontrar uma cerimônia no litoral, lógico um casamento real. Bom, já disse, dinheiro não é problema. A equipe encontrou um casal que topou aparecer no vídeo editado e produzido pela equipe de Marketing da Apple, e a cena que ele queria ao entardecer com o casal foi adicionada na apresentação que durou 60 segundos. O design é algo único para Apple.

Uma empresa com 40 anos de idade dificilmente será abalada por mudanças e tendências de mercado. Ela deixa bem claro na sua filosofia que sempre estará aberta para transformações, apesar de um erro na antena de um de seus aparelhos até a morte do seu fundador, a Apple continua a sua jornada pelo mundo dos: computadores, música, cinema e comunicação. Até agora, nada abalou sua excelência em criatividade abraçada com a usabilidade.

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