A minha pesquisa sobre leitura e escrita continua. Não vou parar nunca. Nessa procura eu fiquei sabendo desse livro numa pequena notinha de algum jornal, não me recordo qual era, porém, imediatamente coloquei na minha lista de compras do Evernote. Bom, não foi só isso, pesquisei nas livrarias e descobri que a publicação não existia nos catálogos. Certamente, corri para Estante Virtual, e escolhi uma livraria no Rio de Janeiro. A publicação chegou em perfeito estado, nenhum rabisco ou marcação. Não tive dúvida, já sou fã das palavras do escritor Afonso Romano de Sant’Anna, li como quem devora uma tortelete de morango. Confesso, de primeira fiquei intrigado com o título, A sedução da palavra, o que será que esse livro nos revela?
Primeiramente ele pode ser dividido em duas partes, a primeira fala sobre as rotinas das editoras e os vários estilos de escrita. Uma verdadeira aula sobre a escrita, algumas páginas eu fiquei lendo e relendo para não esquecer. Detesto destacar grandes citações, porém essa merece ser apresentada para vocês:
“Há escritores que, ao contrário dos espontaneístas, escrevem de outra forma. Trabalham como se estivessem construindo uma casa, tijolo por tijolo, com muita paciência e dificuldade. Isto depende muito do temperamento de cada um. Alguns são usurários com sua escrita. Outros são perdulários. E, às vezes, um escritor de muito talento, porque tem facilidade para escrever, acaba fazendo uma obra média e medíocre, enquanto outro, dadas as dificuldades, acaba fazendo uma obra exemplar, graças a muito suor. Daí que se diga que a obra artística é o resultado de 1% de inspiração e 99% de trabalho”.
Aliás, você pode encontrar essa primeira parte no Amazon Kindle, com o título de: Como se faz literatura, também do Armando. Porém, na minha opinião o que vale mesmo é a segunda parte recheada de crônicas, uma melhor que a outra, numa espécie de gradação de histórias fantásticas que nos transporta para outras dimensões. Só encontra na versão impressa de A sedução da palavra. Vou listar os títulos que abriram meus olhos para outros caminhos: Os riscos do métier, Escritor por nove meses, Teoria da Crônica e Limpar as palavras. Sei que a crônica pode ser algo marginal, o que na verdade nos coloca em outra atmosferas da escrita.
Bom, toda tortinha de morango é um deleite para os olhos. Você fica olhando ali a vitrine de guloseimas, e só observar e já devoramos aquele creme macio em conjunto com aquela gelatina e as peças muito bem cortadas de morango. A parte da massa é algo esplendoroso, que ao morder sentimos uma explosão de sabores. Todos os sentidos se transformam e imediatamente fazem com que todos os sentidos estejam congelados naquele momento.
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