E continua a nossa viagem pela Flip 2016. Esse ano está sendo bem interessante, descobrimos alguns autores de ficção incríveis, e vou acompanhá-los. Com certeza, vale muito! Obras com ideias diferentes, grandes sacadas literárias, que envolvem o jogo da forma da escrita. Uma maravilha!

Ontem (30/06) teve uma mesa incrível, chamada de Massa cinzenta. O nome teve um motivo particular – trouxe dois médicos especialistas em cérebro. A Suzane Herculano-Houzel é neurocientista brasileira e o Henry Marsh, um neurocirurgião inglês, que admite uma Medicina sem super-herois, cheia de mais aprendizado e mais ego.

Foi bem legal, porque eles contam sobre suas descobertas na ciência de uma forma que humaniza, deixa ela fresca, palatável, voltada para o público em geral. Fiz um resumo breve das principais ideias e do que achei mais relevante.

Mesa 05 – Massa cinzenta

Mediador: Bernardo Esteves (Revista Piauí)

Suzana Herculano-Houzel (The human advantage, em breve em português pela Companhia das Letras)

Henry Marsh (Sem causar mal)

Henry Marsh (Livro: Sem causar mal)

Medicina sem super-heróis

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O escritor já inicia seu discurso traçando uma imensa mudança paradigmática: uma medicina sem super-heróis. E ele, como neurocirurgião, já diz que a cirurgia cerebral é como alpinismo, é só para fortes. Em situações de incapacitação de pacientes, em uma situação de problema na cirurgia dele, cuidar dia após dia, é uma agonia. Os pacientes quando estão ansiosos investem poderes super-humanos neles, e não é bem assim.

Quando escreveu no diário para ele inicialmente era uma forma de exorcizar os erros, mas quando escreveu o livro e teve que reescrever os diários, já havia exorcizado todos os fantasmas da vida. Todo cirurgião tem dentro de si um cemitério interno, dentro de cada um existe um lugar para contemplar seus erros, é uma das citações que está no livro Do not harm (Sem causar mal). É questão de sabedoria e poder decisório, aprende-se mais com erros e os acertos nos corrompem. É muito fácil cobrir os olhos e mentir, por isso é importante ter aquela visão de túnel, de longo prazo e de reflexão.

Suzana Herculano-Houzel

Cérebro, promessa diária

Transformar cérebros em sopa é uma forma de contar quantos neurônios existem. O número não existia e ela fez a sopa de cérebros para demonstrar uma descoberta básica e simples, mas que irá um entendimento novo fundamental do que a gente é. Graças a essa quantidade de neurônios no córtex cerebral tem uma capacidade que consegue traçar, desenvolver e resolver problemas complexos. Hoje graças a cultura temos habilidades extraordinárias. O cérebro é todo promessas, a existência torna tudo real.

suzane

Como se explica que só a gente tem esses neurônios no córtex cerebral? O cérebro humano é incrível. 

O Vamos ler mais acha também!