Nunca fui adepto dos livros de autoajuda. Eu percorri um caminho e aprendi a ler esse tipo de escrita com um olhar mais crítico.

A primeira coisa é ler por fora das ideias, explico. A palavra que resume é: sugestão. Eu encaro assim, as palavras são inferências e não verdades. Acredito que os próprios editores encaram dessa forma. O famoso “não vamos forçar a barra”.

Aqui no vamos ler mais temos essa categoria para mostrar ao mundo a nossa visão sobre variados tipos de conteúdo.

Essencialismo é um livro gostoso de ler. Bem traduzida a publicação derrama uma visão clara do “filtro” relacionado a seleção de tarefas em nosso cotidiano: alcançar objetivos “comuns” com eficiência. Explico. A primeira lição que temos que aprender é sobre a “perda”, logo de cara o autor: “As soluções em que perdemos uma coisa para ganhar outra maior não devem ser ignoradas nem menosprezadas. Devem ser adotadas e realizadas de forma ponderada, deliberada e estratégica”.

Acedite: produzimos foco

A palavra foco sempre em moda. Super evidência em nossas vidas. Agora, sabemos exatamente o que é isso? Greg Mckeown declara com simplicidade e mostra outra visão: “Sim, foco é algo que temos mas também é algo que produzimos“. Para completar, existe um benefício enorme em outras posturas como: “Os benefícios de estar indisponível”. Vou descrever melhor abaixo.

Saber dizer não

Trecho do livro que destaco com maior ênfase é do “saber dizer não”: “Dizer não com elegância não significa usar a palavra “não”. Ele usa o exemplo em que Steve Jobs pede para Rand criar a logomarca da empresa Next, em que Jobs fundou ao sair da apple nos anos 80-90. Ele pediu para que Rand fizesse opções de criação. Claro que Rand já tinha um currículo de peso ao criar logos para empresas como: IBM, UPS, Enron e muitas outras. Em síntese: Rand só queria fazer uma. E disse para Jobs: “Eu entrego uma solução e você me paga. E nem precisa usá-la.” Vai dizer isso numa agência de publicidade hoje, ironicamente ou não, é demitido na hora. Outro assunto relacionado ao “não” está interligado com os limites.

Acostume-se: em geral, dizer não exige trocar popularidade por respeito.

Greg Mckeown

Limites

Como é difícil hoje em dia lidar com isso, limites. Somos inundados por opções diversas, e as janelas para outras dimensões relacionadas com a nossa postura sem limites parecem infinitas. O pensamento na era das redes sociais e do fluxo intenso de informações puxam nossa cosmovisão para um vácuo da não existência de limites. A capacidade desse autor “essencialista” em resumir isso que eu descrevi acima é visto em: “A falta de limites é algo típico desta nossa era não essencialista. A tecnologia confundiu totalmente as fronteiras entre trabalho e família. Hoje parece haver uma expectativa de que todos os funcionários estejam disponíveis em tempo integral para a empresa. A vida profissional invadiu insidiosamente o território familiar”.

A falta de limites é algo típico desta nossa era não essencialista.

Greg Mckeown

Não roube os problemas dos outros

Como brasileiro, eu assumo essa é uma péssima característica nossa, “roubar o problema dos outros”, para nós é um vício. Precisamos blindar nossos pensamentos. Infelizmente, roubar é uma palavra popular aqui no Brasil, vamos falar de outro roubo. Greg em seu livro descreve essa atitude, ele liga isso na relação perda de tempo e limites citando exemplos na educação familiar e relacionamento com vizinhos. “É claro que devemos servir as pessoas, amá-las e fazer diferença na vida delas. Mas quando os outros fazem com que os problemas deles se tornem nossos, não os ajudamos em nada. Ao assumirmos os problemas deles lhes tiramos a capacidade de resolvê-los”. Sei que é preciso sensibilidade para perceber isso. Vamos em frente!

Margens de segurança

Você conseguiria criar uma reserva de emergência financeira? O autor descreve isso como colchão, e metaforicamente é possível elaborar uma reserva de emergência para os momentos de tempestade: “O essencialista usa os tempos de bonança para criar margens de segurança contra as tempestades”.

Perto da conclusão do livro eu gostaria de frisar um dos últimos quadros comparativos, ao longo das páginas encontramos vários deles, veja a figura abaixo. Muito cuidado com o passado, observe!

Quadro: Não essencialista > Essencialista

Agora a prática

Não vou dar spoiler, porém ao final do livro existe uma lista de afazeres bem interessantes “como sugestão” de prática para o dia dia. E você, ficaria um dia sem consultar as redes sociais. Pense!?

“Escolher um dia por semana para não entrar em nenhuma rede social e ficar totalmente presente em casa”.
Página 241

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