Alvaro Enrigue 
Livro: Morte súbita
(por Daniela Rabelo)

Escritor transgressor
Um escritor liberto, libertador.

Esse me encantou.

O cara é sedutório nas palavras, nos gestos, na proposta de livro.

Trás um livro inovador, escreveu sobre Caravaggio. Não o Caravaggio artista brilhante, criminoso, abertamente homossexual. Não o grande artista e criminoso, que usava luz especial para tratar seus modelos. Que não fazia esboços, inventou a arte moderna.

O foco maior foi o artista que dominava a Palla Corda. O tênis. Era o excelente pintor, assassino e um grande tenista. Inclusive ilustra que o Galileu, homemate do artista, o assistia jogar tênis. Uma sacada incrível, de um autor que acredita em uma literatura do leitor, é ele que organiza o romance na sua cabeça.

Um escritor que acredita no jogo da forma, sem isso, acredita ele, seria muito chato. E que afirma: a literatura latino-americana é muito mais experimental, a norte americana mais formal, o leitor faz parte do livro e as decisões acabam nas mãos dele.

Para ele, escrever é manter uma longa conversa com outras pessoas, em geral, defuntos. Que incrível! Um professor universitário que quer sair correndo da sala para escrever. Escrever bebendo, de cueca. Uma libertação!

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