Fiquei um tempo enamorado por essa coletânea, isso acontecia todas as vezes que íamos perambular pelas livrarias. Num dos meus aniversários fui presenteado pela minha esposa com essa caixa linda, colorida, maravilhosa editada pela Leya. Daniela entende do que eu gosto e muito bem!

A minha preferência pelas poesias de Manoel de Barros é o fato dele conseguir passear pela simplicidade com riqueza de detalhes. Essa balança entre dois mundos tão diversos é que me deixa encantado pela obra desse poeta.

O surrealismo e a metáfora foram meus temas favoritos e aprendi isso com Manoel de Barros, no qual esbanja com simplicidade esse dom em vários livros dessa coletânea fantástica. Ela possui 18 livros e é a obra completa de Manoel de Barros.

A poesia por aqui no blog tem seu papel de destaque. O motivo é que ela faz refletir o mundo, fornece alimento e ainda um leque de temas que divagam pela imagem, que por fim se materializam em palavras.

Eu tenho uma rotina, pelo menos uma vez por semana ler ou reler um desses livrinhos. Rotina que sempre espero que se repita.

Manoel de Barros
Repetir repetir – até ficar diferente. Repetir é um dom do estilo.

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O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Seu olho exagera o azul.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.

Manoel de Barros

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