Essa semana promete. Vamos trazer pra vocês uma sequência imperdível de livros do autor: BYUNG-CHUL HAN. A cada dia um post diferente. A série é enorme. O material é denso. Por isso, dividimos dessa forma. Leitura é a melhor companhia nesses tempos que estamos vivendo.
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Preparados?
Vamos lá!
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Créditos: Free Pik, 2020
“Somos desprogramados por meio dessa nova mídia, sem que possamos compreender inteiramente essa mudança radical de paradigma. Arrastamo-nos atrás de uma mídia digital, que, aquém da decisão consciente, transforma decisivamente nosso comportamento, nossa percepção, nossa sensação, nosso pensamento, nossa vida em conjunto. Embriagamo-nos hoje em dia da mídia digital, sem que possamos avaliar inteiramente as consequências dessa embriaguez. Essa cegueira e a estupidez simultânea a ela constituem a crise atual”.
Byung-Chul Han, 2018, P. 9
Tomou um susto? Assim começa o No enxame, Perspectiva do digital de Byung-Chul Han (Editora Vozes).
Não dá para ler o livro de uma vez. E ao mesmo tempo você quer fazer isso, e conseguirá com certeza. Ele é denso e com linguagem simples e bem explicada.
Nossos sustos se justificam: a cada oração lida, vamos recebendo um soco no rosto. É o modo mais certeiro de descrever a escrita de Byung-Chul Han: é direta, ácida, tensa e cheia de significados. É o nosso soco no rosto.
Ao mesmo tempo é simples e se distancia do Bourdieu – cujo texto faz arrepiar qualquer um de tão complexo que é. Bourdieu para mim é um autor genial de texto difícil, pensaria assim. Mas este é papo para outro dia.
Tempo 2 – entrando na luta
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Créditos: Free Pik, 2020
O livro é pautado pela conexão de 16 textos, em que, a cada um deles é decifrado o enxame. O subtítulo do livro explica mais: são as perspectivas do digital. Há nele uma discussão sobre o significado do respeito, do público (e do privado também), da mídia dos afetos (que é o digital), do nosso papel nas redes (como consumidores e produtores ativos – os chamados prosumers), da questão da imagem, e de tantos outros assuntos que se relacionam, em redes.
Digo isso porque pode-se ler os capítulos fora de ordem, consegue ter acesso ao seu conhecimento. Então, o livro faz uma metáfora às próprias mídias sociais, como o não lugar, a não hegemonia. Não é nenhum demérito a ele, ao contrário, ficou mais interessante assim. Soam como ensaios – entendidos aqui como importantes reflexões.
Tempo 3 – Pegando a toalha, saindo do ringue diferente
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Créditos: Free Pik, 2020
Na primeira lida da capa fique me perguntando sobre o enxame. Ora, enxame é conjunto de abelhas, seria uma metáfora a nós em mídias sociais? Prontas para o trabalho, condicionadas, uma unidade sem singularidade, construída apenas para o labor?
Respondo de primeira: sim, somos nós (me incluo). Mas como leitora, pesquisadora, questionadora do muito existente no mundo, já penso muito em como a mídia digital subverte o real. Ao mesmo tempo vale o soco: estamos neste sistema como enxames, e perdemos muito. Inclusive foi muito interessante fazer a leitura de uma obra que fala bastante da mídia analógica, tradicional, unidirecional muitas vezes (como ele exemplifica no rádio), e com tantas características distintas do digital.
Do agir ao passar dos dedos foi o capítulo-ensaio que mais me chamou a atenção. Sumarizou muito o que sentimos muitas vezes frente ao digital. E tem muito a ver com o trabalho remoto, a época da quarentena na Covid-19. São tempos de mortos-vivos, em que estamos com muito mais trabalho, atolados no virtual, especialmente. É com o celular que vamos para cama, para a mesa na hora do almoço, para a fazer as flexões naquele espaço da sala. O digital nos imerge de serviço, nos acompanha em todos os espaços hoje.
Somos uma sociedade pautadas por números e menos narrativas. É o homem digitalis, o que aponta ao comando. As mãos, para o autor, se atrofiaram, e os dedos se empossaram dos gestos. Não seria o que estaríamos vivendo hoje?
E o próximo da lista é: A Sociedade do Cansaço! Imperdível também! Aproveite e veja uma das entrevistas inéditas do autor:
Nós estamos curtindo muito fazer esta trilogia. Acreditamos na leitura como uma possibilidade de empoderamento e reflexão diária.
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